Relato do dia da Circuncisão

Neste artigo vou explicar como foi o dia em que de facto a operação foi realizada, o preparo, as expectativas, o grande momento e o resto do dia.

Marquei para realizar a operação em casa. O médico e seu "ajudante" chegaram por volta das 14 horas, antes disso não fiz nada de especial. 

Não houve muita conversa pois já havíamos falado o suficiente antes e eu queria fazer aquilo logo. Então me deitei na cama de costas sem calça ou cueca. Dada a intimidade que já havíamos criado, não houve constrangimento nenhuma quando ele segurou no pénis para analisa-lo enquanto fazia perguntas.

Antes do procedimento, fiz o exame de diabete e medi a pressão arterial, e estava tudo normal.

Então finalmente chegou a hora. Fiquei numa posição em que não conseguia ver o que se passava lá em baixo, pois ele colocou uma barreira, dizendo que era melhor eu não ver, mesmo que eu achasse que aguentava. 

O médico mantinha o diálogo a todo o momento, primeiro ele quis saber se eu sentia alguma dor nas zonas em que ele tocava com uma espécie de agulha, isso porque ele havia aplicado já a anestesia. Foi complicado pra mim porque sentia ligeiras dores mesmo depois dele anestesiar as zonas todos em que sentia dor.

Depois de um tempo não sentia quase nada, senão a sensação de algo estar a ser retirado de mim - nesse momento a cirurgia havia iniciado e o prepúcio estava a ser removido. Foi tranquilo e sem dor.

Seguiu a fase da sutura, que são os pontos, aí eu senti uma dorzinha, não sei se houve algum problema com a injecção da anestesia só sei que não era suposto eu sentir dor naqueles níveis, foi bastante doloroso mas aguentei.

Depois da sutura vieram os pensos e a verdadeira dor começado a aparecer lentamente, porque o efeito da anestesia local (que já era fraco), passava lentamente, tudo o que eu queria naquele momento era ficar sozinho e curtir a minha dor que era indescritível. Se você não tem muita tolerância a dor, eu recomendo que faça a operação no hospital, onde provavelmente você será sedado completamente.

Nas duas horas seguintes o sofrimento foi do outro mundo, era uma tortura aquela dor. Eu me arrependi da minha decisão várias vezes naquele momento, e me perguntava o porque de eu ter feito algo que eu não precisava. Não teria como descrever a dor para vocês.

Já havia tomado analgésicos e a dor ia reduzindo muito lentamente e eu implorava ao meu organismo para que ele pegasse sono. E pegou! Quando acordei já estava com muito menos dor, o humor já estava normal e consegui finalmente voltar a falar com as pessoas, inclusive com a minha parceira, que eu a queria a quilómetros de distância antes.

A primeira coisa que fiz ao acordar foi ir urinar. Me levantei e fui até a pia, e tentei fazer xixi, senti algo estranho, mas não era dor, o xixi não saía, então insisti, foi quando o mundo começou a girar pra mim e sentei na pia quase que involuntariamente para esperar as vertigens passarem. Cinco minutos depois estava lá eu em pé a tentar mijar de novo. Finalmente consegui, mas o resultado foi eu ter que me arrastar até a cama, mas 10 segundos em pé e teria desmaiado ali mesmo.

Comi alguma coisa e fiquei a ver TV filmes enquanto conversava, até que a noite veio e dormi. Estava limitado a certas posições e foi uma noite complicada pra mim. Mas essa parte vou contar num outro artigo. Até logo.